No nível esotérico, o que significa a Páscoa? De onde ela veio?

De acordo com o texto de Jamil Salloum Júnior, da Equipe Realidade Fantástica, é comum que conceitos de religiões mais antigas sejam apropriadas pelas mais novas com outros trajes, a fim de que o mesmo conceito seja perpetuado. Desta forma, o que realmente a nossa história esconde?

As mudanças das estações e suas implicações astronômicas e até astrológicas eram conhecimento dos mistérios antigos.

A chegada da primavera no hemisfério Norte prenuncia o fim do inverno e o triunfo do sol, composto por um grande simbolismo que foram comemorados, de certa forma, por quase todos as tradições das mais antigas as mais recentes.

Das tradições nórdicas e teutônicas a Páscoa Cristã importou muito do festival da Deusa Ostara, das mitologias Anglo Saxã; Nórdica e Germânica. Ostara é a deusa da fertilidade, da primavera. Seu nome está associado ao hormônio feminino, o estrogênio e o período da ovulação. Os povos no festival de Ostara, os povos citados pré-cristãos, comemoravam a fecundidade; o renascimento; a ressurreição através do equinócio da primavera no Hemisfério Norte, na primeira lua cheia, com a alegre expectativa de que o sol e com ele o renascimento da natureza ocorresse.

A Deusa Ostara era sempre retratada acompanhada de ovos e coelhos e em seu festival as pessoas costumavam trocar entre si ovos pintados de vermelho. A cor do período fértil da mulher, símbolo da criação e ressurgimento.

Todo esse simbolismo é evidente através do uso do coelho pela sua grande capacidade de reprodução, era usado não só pelos povos nórdicos e celtas antigos, mas até pelos antigos egípcios como uma alegoria para a fertilidade, mas não a fertilidade sexual, mas a fertilidade espiritual, uma promessa de recomeço do novo, do renascimento.

Já o ovo é um dos símbolos místicos mais antigos e importantes na simbologia esotérica, trata-se do símbolo do Universo, do nascimento, mas também da ressurreição e do recomeço.

Celtas, Gregos, Egípcios e Fenícios, Chineses e muitas outras civilizações acreditavam que o mundo havia nascido de um ovo. Na maioria das tradições o ovo cósmico aparece depois de uma fase de caos. Trata-se então da criação cíclica, por exemplo, na mitologia hindu, onde Hansa é um cisne místico cujo o ovo quando chocado dá origem ao Universo, sendo que metade dele gera a terra e a outra metade o céu.

Por isso a Páscoa em várias tradições é comemorada sempre no ano novo astrológico entre março e abril, quando Áries abre uma nova volta por todo o zodíaco.

O significado místico da Páscoa Cristã associou-se os símbolos do coelho, do ovo, da morte e do renascimento ao conceito do padecimento e ressurreição de Cristo. Portanto, o significado exotérico na tradição cristã é o nascimento do Cristo Interno, da Luz Divina no interior de cada Ser, da consciência crística ou cósmica do homem que só nasce após a morte do ego.

Quando essa luz nasce no Ser humano este como microcosmo e símbolo miniaturizado do universo, faz nascer um novo mundo com ele, pois aos olhos de quem despertou, o Universo aparece, não mais como um cenário caótico, palco de sofrimento sem razão, mas como uma canção de amor, onde todos os seres em todo o Cosmo estão unidos na mesma jornada de evolução; a jornada do retorno para a casa do Pai, casa esta que está dentro de cada um, sua própria alma divina. Assim a Páscoa é uma oportunidade para se meditar sobre o renascimento espiritual. A primavera da alma que só chega após a crucificação de nossas paixões, de nosso Ego. E os que estão no hemisfério sul, aproveita a chegada do outono para o recolhimento em busca do cristo interno, Deus que está oculto na escuridão do Ser, mas que quando é encontrado brilha como um novo sol.

Donde isso acontece Cristo ou Buda, que são termos equivalentes, ressuscita dentro de cada um, pois sua alma se expandiu, se cristificou e alcançou o todo. Do ovo do Universo, nasceu um novo Ser, uma nova consciência que nunca mais dormirá.

Assim seja, assim é e assim será!

Namaste